Muito mais que uma comédia romântica, o filme de "Hello, Stranger" consegue ser um compilado de acertos técnicos e narrativos que entrega não somente uma história de amor romântico, mas também de amor próprio, perdão e coragem
Após assistir Hello, Stranger: The Movie (2021) — incluindo a cena de créditos inteira para curtir a trilha sonora —, consigo afirmar com absoluta certeza de que todas as pessoas envolvidas na produção deste filme estão orgulhosas. Não existe outra forma de definir este longa filipino se não como "um compilado de acertos de uma produção que parece saber exatamente o que quer — e o que precisa ser feito para que tudo saísse perfeito".
Ao avaliar o longa, consigo perceber todo o conhecimento de cinema e esforço da direção em executar todos os mínimos detalhes da maneira mais perfeita possível. O roteiro bebe da fonte de vários clichês e quase todas as cenas deste filme você poderia facilmente assistir em uma comédia romântica qualquer. Consegui diversas vezes imaginar cenas que ocorreram no longa com cenas que eu já li em livros ou assisti em séries e outros filmes.
O que torna a experiência de assistir Hello, Stranger: The Movie tão especial é que a produção não teve medo de abusar de cenas assim no longa. E apesar do aparente excesso de clichês, o filme filipino em momento algum se torna maçante ou pouco original. O roteiro do filme consegue conectar todos os acontecimentos da história de uma forma que flua tão natural quanto a própria vida.
Falta de originalidade também é algo que não podemos atribuir a Hello, Stranger. Durante quase duas horas de filme, toda cena contava algo. Nada ali foi feito para "tapar um buraco" ou servir de paisagem para o destaque de uma trilha sonora no fundo. Enquanto eu assistia, eu sentia que eu não podia piscar ou pular cena nenhuma, pois tudo que estava ali era importante.
Às vezes, o excesso de clichês e dramas podem soar como forçados e exagerados, mas eu os atribuí como "escolhas da produção", não necessariamente como erros. Outro tipo de "escolhas da produção" foi o destaque para os personagens secundários — com cenas onde os protagonistas não estavam presentes; e nem interferia no desenvolvimento narrativo dos dois —, que é bastante visto em seriados, mas que geralmente não cabe em filmes.
Apesar de Hello, Stranger ser obviamente vendido como uma história de amor entre os protagonistas Miko (JC Alcantara) e Xavier (Tony Labrusca), senti que foi uma decisão acertada em aproximar o telespectador com Kookai (Vivoree Esclito) e Seph (Patrick Quiroz). Então, Hello, Stranger pode acabar soando mais como um compilado de episódios de um seriado do que com um longa-metragem — mas isso não tira a qualidade da obra de jeito nenhum.
Falando da história do filme em si, ela começa com Miko e Xavier viajando — separados — para um resort onde ocorrerá um acampamento de escrita da faculdade que eles estudam. Miko viaja com seus amigos Seph, Kookai e Junjun (Miguel Almendras) enquanto Xavier viaja com sua namorada Crystal (Gillian Vicencio). Como já vimos no trailer oficial do filme, o tempo dos dois no acampamento vai fazer com ambos sintam as consequências das escolhas que fizeram no passado.
Tenho que dar um destaque especial também para a atuação do JC Alcantara. Desde a websérie, ele já fazia com o seu personagem Miko roubasse a atenção, mas aqui no filme, onde assistimos a história do Miko "sem ser por uma tela de computador", ele é o momento. Seja um mínimo e tímido sorriso até um diálogo cheio de mágoa e rancor, ele elevou a qualidade do personagem para o telespectador.
Existe vários pontos que merecem ser destacados em Hello, Stranger, mas eu prefiro deixar a você, leitor, apenas um aviso: ASSISTA. Garanto que a experiência de descobrir cada camada de acerto do filme é muito melhor assistindo do que lendo as citações desta humilde crítica.
Olá,... estranho?
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