Sem polêmicas para servir de cortina de fumaça, TharnType 2 se mostra uma série para agradar quem já gostava dos personagens, visto que o seriado é fraco demais para fazer quem não gostava do BL mudar de ideia
Assim como Love By Chance 2: A Chance To Love, TharnType 2: 7 Years Of Love é uma obra difícil de avaliar. Ambos os seriados foram adaptados de novelas escritas pela polêmica autora MAME e por causa dessas várias polêmicas, acaba que ambas as obras sofrem um processo de polarização de opiniões: quem é fã, ama; quem não é, odeia. As opiniões só podem ser pretas ou brancas — não existe espaço para os vários tons de cinza. Porém, para avaliar a história, eu me abstive de qualquer pré-julgamento e assisti o seriado como qualquer um dos que eu faço para avaliar aqui no blog. O resultado porém não é tão animador quanto foi em A Chance To Love.
A primeira coisa que percebi ao assistir TharnType 2: 7 Years Of Love é a falta de profissionalismo — ou por que não dizer preguiça — da equipe. A impressão que tenho é que tudo foi feito de qualquer jeito, sem nenhuma curadoria ou revisão. O roteiro é pobre, os diálogos são quase em sua maioria, vergonhosos, fazendo com que os atores não tenham material necessário o suficiente para trazer qualquer ponto positivo pro seriado. Diferente de A Chance To Love — onde eu consegui enxergar que o roteiro teria potencial nas mãos certas —, TharnType 2 não consegue chegar nem ao ponto de ser medíocre e a produção da série parece não ter tido qualquer esforço pra tentar entregar algo de qualidade.
Nesta segunda temporada, acompanhamos a vida de Type (Gulf) e seu namorado Tharn (Mew), depois de 7 anos de namoro. Porém, ao assistir os episódios você tem a impressão de que eles namoram há apenas 7 dias. Eles pouco conversam e os amigos deles sabem mais dos problemas conjugais do casal que os próprios companheiros. Existe uma lógica nesse artifício narrativo clichê, dos amigos próximos dos personagens ajudarem os protagonistas na sua vida amorosa, porém isso é coisa de romance adolescente — no máximo, universitário. Não faz sentido alguém achar ok um casal que está há 7 anos juntos desabafar seus problemas com amigos e não com o companheiro.
Outro grande que tem bastante na série são diálogos totalmente irreais sobre o quanto os personagens se amam. Praticamente em todos os episódios você escuta o Tharn falar a mesma coisa sobre o Type. Tenho certeza que dá pra fazer um compilado de frases repetidas ao longo dos episódios. É "Eu te amo pra cá", "Minha esposa" pra lá, você também vai encontrar um "Ele não sente ciúmes de mim" — porque existe uma lei invisível no universo da série que sentir ciúmes é demonstração de amor e várias outras coisas pouco inventivas.
Ainda sobre o grande destaque dos amigos (do Type) como "apoio" do casal, nós somos presenteados ao núcleo cômico de uma novela das 7 da Globo. Techno (Mild) está quase sempre falando alguma coisa absurda ou Champ (Boat) fazendo papel de bobo. A repetida dinâmica do núcleo principal funciona como uma âncora — afundando qualquer tentativa da série de chegar em algum lugar.
Nos primeiros episódios, existe um arco narrativo de Type trabalhando como médico esportivo em um hospital e lidando com um chefe homofóbico que o persegue. Depois, o arco se transforma com a introdução de Fiat (First), um garoto que machuca o joelho e demonstra interesse em Type. Parece algo bem simples, mas essa história se arrasta por mais da metade dos episódios — onde ocorre situações muito absurdas como Fiat tentar estuprar o Type (e isso nunca ser reprovado da maneira certa na série) e uma cena ridícula de vingança que me fez questionar a veracidade do diploma do diretor desta série.
Aliás, não tem motivo nenhum para que a história se arrastasse tanto desse jeito, visto que os casais secundários são apenas visuais. As conversas são uma repetição dos diálogos fofos de Tharn e Type, com declarações melosas e uns pedidos bobos de "sentir ciúmes". É basicamente um gasto de tempo de tela para puro fanservice. O menos pior de todos os casais secundários é o formado por Champ e o Dr. Khunpol (Jame) — o ritmo lento aqui é bem-vindo e, por não serem um casal de verdade no começo da série, eles flertam e é bem gostoso de assistir a interação dos dois.
E no fim, TharnType 2 funciona mais com um compilado de episódios extras do que com uma segunda temporada de um seriado de fato. A série até tem um enredo, mas não o segue até o fim e a história parece um conjunto de roteiros menores costurados — bem no estilo "cada um faz sua parte e no final a gente junta". Quem assistiu a primeira temporada e amou? Provavelmente vai gostar e assistir pra acompanhar um pouco os personagens que gosta. Quem não gosta da série? Bom, é melhor ficar longe visto que o material não tem a força suficiente pra te fazer mudar de ideia.
Concordo completamente. Eles não parecem ter 7 anos, mas sim 7 dias de casamento.
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